Escrita por Ery Lopes
Era uma vez, numa floresta muito distante da cidade, uma lagarta sonhadora. Toda noite ela sonhava em poder voar. Por isso mesmo, adorava as alturas.
E todo dia, sempre quando vai chegando o final da tarde, a lagarta procura por uma árvore das mais altas da floresta e sobe, sobe, sobe, só para ficar olhando o sol descendo e se escondendo por detrás das montanhas. Isso porque, nessas horas, em que o sol solta os seus últimos raios do dia, o céu costuma ficar todo pintado em cores misturadas, especialmente com tons em amarelo, laranja, lilás e azul. A essa mistura de cores, chamamos crepúsculo.
Pois então, num desses finais de tarde, a lagarta observava o pôr do sol lá de cima de um enorme pinheiro. Ela avistou também um bando de pássaros, felizes, cantando e fazendo rodopios nos ares.
"Como eu gostaria de poder voar!" — pensou a lagarta. Sua vontade era mesmo a de se juntar à passarada e sobrevoar a floresta.
Ela pensava consigo: "Tudo é lindo, aqui do alto!"
Porém, como uma lagarta que era, só conseguia mesmo rastejar, e ainda por cima, muito lentamente.
Mas ela sonhava e, como sua imaginação era forte, então conseguia reproduzir a emoção de voar. Dessa maneira, a lagarta amenizava a sua tristeza por ter que rastejar por aí o tempo todo.
Tudo estava bem, até que apareceu alguém…