Escrita por Ery Lopes
O sol já tinha se escondido e a escuridão da noite havia coberto o céu. E como a lagarta demorou demais para descer do pinheiro, perdendo tempo com aquela conversa desagradável do vaga-lume, então ela agora tinha um problemão: onde encontrar um lugar seguro e quentinho para passar a noite?
Estava tão escura aquela noite e, infelizmente, a lagartinha não tinha luz própria, como o vaga-lume. Sendo assim, era difícil caminhar pela floresta. Além do mais, a bichinha se arrastava tão lentamente e fazendo barulho, o que poderia chamar a atenção de bichos devoradores de lagarta.
Mas eis que a sorte lhe encontrou: quando a lagarta finalmente chegou em chão firme, um bicho lhe apareceu. Era um sapo.
"Ai, meu Deus!" — pensou a lagarta — "Será que esse sapo vai me devorar?"
O sapo, porém, foi logo dizendo:
— Boa noite, dona lagarta. O que faz por aí uma hora dessas?
Ela respondeu, toda trêmula:
— Eu, eu, eu estava lá em cima...
— Lá em cima do pinheiro? O que fazia lá?
— Fui, fui apreciar o pôr do sol…
O sapo percebeu que a pobre da lagarta estava com medo e então a tranquilizou:
— Sei, e demorou a descer, então agora tá meio que perdida na escuridão da mata, certo?
— Ce-certo… — disse ela, ainda gaguejando.
Então, o sapo propôs:
— Tudo bem. Eu tenho uma caverna bem confortável. E comida também! Venha passar a noite comigo.
A lagarta continuava com medo, mas aceito o convite.
O esconderijo ficava na raiz de uma árvore, ali perto. Era um lugar quentinho e bem forrado com folhas macias. Para o jantar da noite, o sapo havia recolhido umas folhas vermelhas e saborosas, que tinha gosto de chiclete. Eles comeram e ficaram satisfeitos.