Três Bichinhos e Um Segredo

Escrita por Ery Lopes

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Capítulo 4


Bate-papo agradável

 

A lagarta contou ao sapo sua rotina de todo final de tarde, que era subir numa grande árvore para apreciar o pôr do sol, depois, descer e procurar um lugar para passar a noite, antes de o céu se escurecer totalmente.

Aí o sapo quis saber:

— E por que demorou tanto para descer esta tarde?

A lagarta relatou o acontecido:

— É que um vaga-lume me deteve com sua conversa.

— O vaga-lume? — indagou o sapo — Aquele bicho chato, orgulhoso e arrogante?

Sim, o sapo conhecia a má fama do vaga-lume. E continuou:

— Aquele vaga-lume se acha o bicho mais bonito da floresta e vive zombando dos outros. Um dia eu quase o devorei. Mas estava tão irritado com ele que, se tivesse feito isso, com certeza iria ter dor de barriga. Não ligue para o que ele diz. Ele gosta de provocar os outros bichos, mas um dia ele vai achar o que merece!

A lagarta notou que o sapo era muito gentil — e especialmente hospitaleiro. O que os outros bichos da floresta dizem dos sapos não são coisas boas. No entanto, aquele sapo era tão diferente dos demais: era educado, limpo, tinha um lar bem conservado e, ainda por cima, gostava de conversar.

— Já ouviu falar dos humanos? — perguntou o sapo.

A lagarta devolveu a interrogação:

— Não, que bichos são esses?

— Então… — o sapo continuou — Eles moram bem distante daqui, são gigantes e, segundo dizem, constroem enormes e belas moradas, que eles chamam de castelos.

A lagarta ficou curiosa e quis saber mais:

— Você já viu um deles?

— Ainda não. Já saltitei por aí durante muito tempo procurando por um deles, mas não vi nenhum. Essa floresta parece infinita. Uma vez eu pedi ajuda ao vaga-lume para que ele me indicasse a direção da cidade dos humanos, mas aquele bicho arrogante só zombou de mim.

— E por que deseja tanto ver os humanos? — indagou a lagarta.

— Não sei bem ao certo. Eu tenho uma curiosidade enorme pelas coisas dos humanos. Parece bobagem, mas eu sinto que tenho alguma ligação com eles, sabe?

Passado um tempo, o sapo voltou a falar:

— Obrigado, dona lagarta!

Sem entender direito, a convidada interrogou:

— Obrigado pelo quê?

— Obrigado por não rir de mim! — respondeu o sapo, que explicou melhor: — É que toda vez que eu digo isso, todos zombam de mim, afinal, eu não passo de um sapo feio e cheio de rugas.

De repente, a lagarta teve uma dúvida:

— Tem certeza de que os humanos são de verdade? Isso não seria apenas uma lenda?

— Não é uma lenda, com certeza! Um amigo tatu me disse, e jurou ser verdade, que já viu alguns humanos caçando na floresta.

O sapo fez uma pausa, mas logo em seguida, ficou animado em perguntar à lagarta:

— Numa dessas suas subidas nas árvores, você nunca avistou nenhum castelo por aí?

— Não, infelizmente — a lagarta respondeu triste.

— Tudo bem! — disse o sapo — Eu já havia desistido mesmo do meu sonho!

Foi a vez da lagarta falar:

— Mas você não pode desistir do seu sonho! Você é bem ágil, salta alto e à distância; continuando na sua busca, com certeza um dia vai encontrar o que procura. Já o meu sonho…

— O que tem o seu sonho? — indagou o sapo.

— O meu sonho sim é impossível!

O sapo notou que sua convidada entristeceu-se ao falar isso e então insistiu em saber:

— Fale-me do seu sonho!

A lagarta respirou fundo e começou a sua explanação:

— Eu adoro as alturas; meu sonho é poder voar, bem alto, ver as coisas lá de cima…

O sapo interrompeu dizendo:

— Mas você é uma lagarta!

— Sim, eu sou… — ela reconheceu.

O dono da caverna falou, com entusiasmo:

— Então você não sabe do segredo?

— Qual segredo? — a lagarta perguntou curiosa.

— O segredo das lagartas!

Isso deixou a lagarta muito interessada mesmo. Então ela não perdeu tempo e pediu uma explicação:

— Qual é o segredo das lagartas?

Sim, há um grande segredo sobre a vida das lagartas. Você sabe qual é esse segredo?

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