Escrita por Ery Lopes
Tão logo voltou a família voltou das férias, Clarice correu para ver como a sua plantinha estava.
— Oh, não! — exclamou a menina — Você não está bem! Você sentiu a minha falta, não foi?
Realmente, aquele pé de girassol parecia mais fraco do que quando a família estava de partida em viagem ao interior. Além de não ter crescido quase nada, seu tronco estava inclinado, com que doente; sua cor agora era um verde mais pálido.
A garotinha logo cuidou de regá-la, dizendo:
— Você está doentinho, meu girassol! Mas eu vou tratar de você, viu? Eu vou ser sua médica.
Não demorou mais que dois dias e o pé de girassol voltou a sua forma normal. Aliás, estava cada manhã maior e mais robusta.
E que surpresa agradável para Clarice quando uma semana havia se passado e a sua plantinha já brotava o primeiro botão de flor. Além disso, a menina percebeu uma coisa extraordinária: aquele botão de flor se movia sempre na direção da sua amiga. Clarice ia para um lado e o caule mexia-se, ainda que lentamente, apontando para ela.
A menina contou isso para sua família, porém, parecia que ninguém havia acreditado nela, pois não se importaram com essa revelação.
— É verdade! — a menina insistia — Venham ver!
Cada um dizia uma coisa: "Está bem, filha, depois o papai vai ver isso!", "Que beleza, Clarice! Parabéns, filha", "Sério, irmãzinha? Depois eu quero ver isso"…
A menina então exclamou:
— Você não entendem nada de flores!
E ela voltava para o amiguinho verde, no cantinho do quintal de sua casa.