Escrita por Ery Lopes
Deitadas na cama e de olhos fechados, as duas meninas se imaginavam voando de carona numa borboleta gigante e colorida, rumo às nuvens.
Lila continuava dando as instruções:
— Pense na borboleta batendo as asas e nós subindo e subindo bem alto…
Lili interrompeu a irmã:
— E se um urubu assustador aparecer?
A mocinha então disse:
— Lili, se você pensar numa coisa, então essa coisa passa a existir na nossa imaginação. Agora, nós temos um problema: tem um urubu assustador vindo atrás de nós!
— E o que nós vamos fazer? — perguntou Lili, assustada.
— Agora temos que pensar em alguma coisa… — Lila falou assim e logo em seguida fez uma pausa, como que procurando uma solução. Pouco depois, completou — Temos que pensar o que urubu assustador quer com a gente.
— Acho que ele quer nos derrubar — disse a pequena.
— Sim, mas por que ele vai querer nos derrubar? — Lila queria que a sua irmãzinha inventasse alguma explicação para o ataque do urubu.
Lili teve uma ideia e a propôs:
— Talvez ele pense que nós vamos machucá-lo e aí ele veio nos derrubar para se defender.
— Muito bem… — Lila disse — Então precisamos dizer para o urubu que nós não vamos atacá-lo. Como podemos mandar uma mensagem para ele?
Foi a vez de Lili soltar a imaginação:
— Podemos levantar uma bandeira branca. Uma bandeira branca significa paz e não guerra.
Sua irmã ficou maravilhada com a sugestão.
— Isso mesmo, irmãzinha! Ótima ideia. Você acabou de criar uma bandeira branca. Pode acenar com ela para o urubu?
— Claro que sim! — Lili respondeu.
Lila continuou as instruções:
— Bem, você acenou com a bandeira branca e o urubu deve ter entendido que nós não queremos brigar. E que você quer que aconteça com o urubu?
— Que ele vá embora e nos deixe em paz — falou Lili.
A irmã maior então exclamou:
— Então veja que o urubu está partindo e nos deixando em paz. Podemos continuar com nosso voo. E nada de pensar em nenhum pássaro assustador nos perseguindo, certo?
— Certo, Lila! — Lili concordou.
E o voo imaginário continuava.