Escrita por Ery Lopes
Emerson e sua turma tiveram uma excelente aula ilustrada sobre a Antiguidade. Voltando no tempo, entre outras atrações da exposição, conheceram coisas e costumes das antigas civilizações: Roma, Egito e Grécia, depois percorreram o hall com representações da Pré-História e findaram o passeio na sala que dispunha de três painéis gigantes.
No primeiro painel havia uma figura com Adão e Eva no Éden — o paraíso criado para ser a morada deles. Ao lado da figura, um texto explicando a ideia da criação do mundo e da Humanidade conforme a narração bíblica.
Já no segundo painel havia uma gravura do Monte Olímpio, a morada dos deuses gregos, ficando ao lado um texto explicativo da ideia da criação do mundo conforme a mitologia grega.
No derradeiro painel Emerson e seus amigos viram uma ilustração representando o "Big-bang" — a teoria científica para a origem do Universo e da vida de todos nós, conforme as explicações de um texto ao lado da figura.
Daí resurgiu o curador da exposição, exclamando:
— A grande questão, senhorinhas e senhorzinhos, a grande questão é: onde termina, quero dizer, onde começa essa nossa jornada da vida? Para onde nós estamos indo? Ou será que estamos voltando?
Ninguém entendeu muito bem o que o curador queria dizer. Ou será que ele estaria perguntando algo? Será que o que ele perguntava, ele mesmo não respondia na sua pergunta?
Mesmo assim, todos ficaram na expectativa que o curador solucionasse a questão — a grande questão —, pois parecia ser muito importante.
Entretanto, para surpresa de todos os alunos, o curador apontou a porta de saída. Era o término da exposição, fim do passeio, hora de voltar para casa.
E para cada um da turma que ia saindo, o curador dava seus cumprimentos e entregava um presentinho: um pingente na forma de um ponto de interrogação.
Ao chegar sua vez, Emerson recebeu o mimo, agradeceu e, quando já ia partindo, retornou e perguntou ao curador:
— Posso fazer uma pergunta?
— Se era só uma pergunta, então você acabou de fazê-la. — o curador respondeu rindo, mas depois falou sério: — Sim, rapazinho. Qual é a sua dúvida?
— O que significam aqueles rabiscos na pirâmide lá da sala das Civilizações Antigas?
— A… hum… — gaguejou o curador, desconcertado com a curiosidade de Emerson, mas depois respondeu firme: — Eu não sei. Mas o princípio da sabedoria é a dúvida. Esse o significado do pingente que está levando.
O curador apontou para o presente que Emerson havia acabado de receber e ainda o trazia na mão.
— Não há respostas sem as questões! — continuou o curador — Ouse, pergunte, questione! E vá atrás das respostas!